
Rogerio Ceni e Felipão minutos antes do jogo entre Gremio x Bahia
A vitória do Grêmio sobre o Bahia, pelo placar mínimo de 1 a 0, na manhã deste domingo (25), na Arena do Grêmio, em Porto Alegre, ultrapassou os limites das quatro linhas e desencadeou uma onda de protestos e questionamentos quanto à conduta da arbitragem no futebol brasileiro. O lance decisivo da partida — um pênalti polêmico totalmente incompreensível a favor da equipe gaúcha — provocou forte reação por parte do técnico Rogério Ceni, de jogadores do elenco baiano e de torcedores nas redes sociais.
O gol gremista, marcado por Braithwaite, veio após a marcação da penalidade, considerada no mínimo controversa. No lance, o goleiro Marcos Felipe tentou bloquear uma jogada adversária dentro da área e, segundo sua própria versão, recolheu o braço e acabou sendo pisado pelo atacante rival. Ainda assim, o árbitro da partida assinalou a infração e, após checagem no VAR, manteve a decisão, gerando indignação generalizada.
Em sua entrevista coletiva, Rogério Ceni não poupou críticas. “O que aconteceu hoje não se resume a um erro. Quando o árbitro marca o pênalti, já é questionável, mas quando ele é chamado ao VAR, analisa o lance com auxílio de imagens e, ainda assim, ratifica a marcação, isso ultrapassa a fronteira do erro técnico. É algo mais sério, mais profundo. Não sei nem como nomear”, afirmou o treinador, visivelmente contrariado.
As declarações de Ceni reverberaram amplamente entre analistas esportivos, comentaristas e ex-jogadores, que também questionaram a decisão da arbitragem. Nas redes sociais, torcedores do Bahia e de outros clubes manifestaram indignação, destacando o impacto que decisões como essa podem ter em competições de alto nível.
O técnico também aproveitou o momento para estender sua crítica à Confederação Brasileira de Futebol (CBF), apontando desorganização institucional e falta de diálogo com os clubes. “A situação na CBF é de completo desalinho. Não sabemos quem está no comando, quem foi eleito. Solicitamos uma mudança na data do jogo contra o São Paulo por uma questão fisiológica, e tivemos o pedido ignorado para preservar a grade de programação televisiva. O futebol brasileiro está à deriva”, afirmou.
Ceni ainda fez um alerta quanto à credibilidade do futebol nacional. “Estamos em um momento delicado. Quando um árbitro vê e revê o lance e ainda assim mantém uma decisão claramente equivocada, o que está em jogo não é apenas o resultado de uma partida, mas a confiança no sistema como um todo. Isso compromete o espetáculo, a justiça esportiva e a própria integridade da competição”, declarou.
Apesar da revolta, o treinador reconheceu que o Bahia também teve responsabilidade no resultado, especialmente pelas dificuldades apresentadas no setor ofensivo. “Fizemos um bom primeiro tempo, com volume e oportunidades, mas faltou ambição nas finalizações. O erro da arbitragem foi determinante, mas não podemos nos esconder atrás disso. Temos deficiências que precisam ser corrigidas com urgência”, ponderou.
O elenco do Bahia permanece em Porto Alegre, onde encara o Internacional na última rodada da fase de grupos da Copa Libertadores. Em meio ao clima de tensão e desconfiança em relação à arbitragem, a equipe busca foco para garantir a classificação em um duelo que se anuncia decisivo.